terça-feira, 24 de novembro de 2009

Texto Descritivo

Pode-se entender a descrição como um tipo de texto em que, por meio da enumeração de detalhes e da relação de informações, dados e características, vai-se construindo a imagem verbal daquilo que se pretende descrever. Observe que, no texto de Arthur Nestrovski, o autor enumera elementos constantes do trabalho de Sebastião Salgado, associando a eles informações que não estão presentes na foto.

A descrição, entretanto, não se resume a uma enumeração pura e simples. Se assim fosse, a descrição de Arthur Nestrovski faz da foto de Sebastião Salgado nada nos esclareceria além daquilo da própria foto nos diz. É essencial revelar também traços distintivos, ou seja, aquilo que distingue o objeto descrito dos demais. Observe que, ao descrever a foto, o autor nos revela características que, talvez, não tivéssemos percebido quando a olhamos pela primeira vez, além das impressões que ela lhe causou.

Uma observação

Dificilmente você encontrará um texto exclusivamente descrito (isso ocorre em catálogos, manuais e demais textos instrucionais). O mais comum é haver trechos descritivos inseridos em textos narrativos e dissertativos. Em romances, por exemplo, que são textos narrativos por excelência, você pode perceber várias passagens descritivas, tanto de personagens como de ambientes.

O Ponto de Vista

O Ponto de vista é a posição que escolhemos para melhor observar o ser ou o objeto que vamos descrever. No entanto, nas descrições, além da posição física, é fundamental a atitude, ou seja, a predisposição psicológica que temos com relação àquilo que vamos descrever. o ponto de vista (físico e psicológico) que adotarmos acabará determinando os recursos expressivos (vocabulário, figuras, tipo de frase) que utilizaremos na descrição.

O ponto de vista físico vai determinar a ordem da apresentação dos detalhes, que devem ser apresentados progressivamente. Observe o que diz Othon M. Garcia, em sua obra Comunicação em prosa moderna p. 217:

Nunca é, por exemplo, boa norma apresentar todos os detalhes acumulados em um só período. Deve-se, ao contrário, oferecê-los ao leitor pouco a pouco, verificando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as.

Na descrição de uma pessoa, por exemplo, podemos, inicialmente, passar uma visão geral e depois, aproximando-se dela, a visão dos detalhes: como são seus olhos, seu nariz, sua boca, seu sorriso, o que esse sorriso revela (inquietação, ironia, desprezo, desespero...), etc.

Na descrição de objetos, é importante que, além da imagem visual, sejam transmitidas ao leitor outras referências sensoriais, como as táteis (o objeto é liso ou áspero?), as auditivas (o som que ele emite é grave ou agudo?), as olfativas (o objeto exala algum cheiro?).

A descrição de paisagens (uma planície, uma praia, por exemplo) ou de ambientes (como uma sala, um escritório) -- as cenas -- também não devem se limitar a uma visão geral. É preciso ressaltar seus detalhes, e isso não é percebido apenas pela visão. Certamente, numa paisagem ou ambiente haverá ruídos, sensações térmicas, cheiros, que deverão ser transmitidos ao leitor, evitando que a descrição se transforme numa fria e pouco expressiva fotografia. Também poderão integrar a cena pessoas, vultos, animais ou coisas, que lhe dão vida. É, portanto, fundamental destocar esses elementos.

Fonte(s):

http://www.brasilescola.com/redacao/desc…

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