quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Plano de Negócios

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O que é um plano de negócios?
30/04/2008

Por Carlos Frederico Corrêa Ferreira

A princípio, podemos definir Plano de Negócio como um documento de planejamento, elaborado de acordo com as necessidades de cada empreendimento, capaz de nos mostrar toda a viabilidade e estratégias deste, do ponto de vista estrutural, administrativo, estratégico, mercadológico, técnico, operacional e financeiro.

Através deste conceito podemos perceber que esta ferramenta administrativa serve como um apoio ao empreendedor, independente de sua formação e de seu tempo de experiência sobre o seu empreendimento em questão.

Porém, a razão principal de escrever um Plano de Negócio é que não conseguimos ver o negócio por inteiro. Cada empreendedor é especialista em alguma atividade. Portanto, o  Plano de Negócio vem suprir esta dificuldade e mostrar o negócio de uma forma completa para empreendedor.

Outras razões para elaborar um Plano de Negócio podem ser constatadas, como:

· Validar a idéia de um novo produto ou serviço.

· Orientar a implantação de um negócio (servir de plano de vôo)

· Promover a sensibilização de potenciais parceiros

· Identificar oportunidades e transformá-las em diferencial

· Diminuir a probabilidade de morte precoce dos empreendimentos

· Capitalizar recursos junto aos investidores e ao mercado

· Diminuir riscos

· Identificar melhor os clientes, o mercado e as estratégias

· Desenvolver uma empresa já existente

· Lançar um novo produto ou serviço

· Ser um instrumento de comunicação para diferentes públicos

Mesmo com todas estas razões, poucos empreendedores ainda utilizam este documento como uma forma de planejar suas ações iniciais ou de gerenciar o seu negócio. Muitos, também, acreditam que o Plano de Negócio serve apenas para ser elaborado na abertura de um negócio. Esta crença é defendida até por alguns profissionais da área. Porém, prefiro acreditar que ele é tão importante na abertura quanto no seu desenvolvimento. A prova disso, é que muitas empresas que já começaram com um plano, após alguns anos de existência continuam a elaborar novas versões deste documento. Algumas, com o intuito de lançar um novo produto, outras com um projeto de expansão e outras buscando novos recursos financeiros em instituições de crédito.

Outra questão importante, segundo levantamentos recentes na área, e com base nas juntas comerciais dos estados, no Brasil são constituídas anualmente em torno de 470 mil novas empresas. Isto demonstra a capacidade empreendedora e a vontade de crescer do nosso povo, porém, podemos constatar também que por trás deste eminente progresso, estão dados assustadores.

As taxas de mortalidade das empresas no Brasil são alarmantes:

  • empresas com até 2 anos de existência = 49,4% de mortalidade;
  • empresas com até 3 anos de existência = 56,4% de mortalidade;
  • empresas com até 5 anos de existência = 59,9% de mortalidade.

As principais causas apontadas para o fechamento destas empresas, na opinião dos empresários envolvidos, baseiam-se principalmente em questões relacionadas a problemas gerenciais, tais como:

  • falta de capital de giro;
  • problemas financeiros (muitas dívidas);
  • ponto de venda inadequado;
  • pouco conhecimento sobre gerenciamento do negócio;
  • falta de planejamento.

O plano de negócios pode ser um agente transformador desta morte precoce das empresas, pois segundo José Carlos Dornellas, especialista no assunto, ele aumenta em 60% a probabilidade de sucesso dos negócios. Ou seja, a falta de planejamento pode levar à mortalidade do negócio por não sinalizar algumas falhas.

Não existe uma estrutura rígida para se escrever um Plano de Negócio. Esta deve conter um mínimo de seções aos quais proporcionam um entendimento completo do negócio ou projeto a ser testado.

A estrutura pode mudar de acordo com o tipo de plano (avançado ou básico) ou com o setor de atuação previsto no plano (indústria, comércio, serviço ou misto).

Para título de exemplo, podemos ver a seguir uma estrutura de um Plano de Negócio considerando a forma avançada ou completa para um empreendimento industrial:

ESTRUTURA AVANÇADA DE UM PLANO DE NEGÓCIOS PARA A INDÚSTRIA

SUMÁRIO EXECUTIVO

Por fim, temos que saber que existem vários públicos para um Plano de Negócio. Cada um deles com suas intenções e características próprias, inclusive o próprio empreendedor. Portanto, não basta apenas estruturá-lo adequadamente, mas acima de tudo é importante saber vendê-lo ou apresentá-lo. Sem isso fica difícil tirá-lo do papel e colocá-lo em prática.

Carlos Frederico Corrêa Ferreira  é administrador de empresas, consultor em gestão e abertura de novos negócios, sócio gerente da Iopen Desenvolvimento Empresarial, Diretor do Clube do Empreendedor de Juiz de Fora, professor de empreendedorismo e idealizador do Software Empreenda.

Como elaborar um plano de negócios?

As estratégias não são exclusivas dos grandes empresários. Você também deve saber como elaborar um plano de negócios de longo prazo para a sua microempresa. Ao estabelecer objetivos adequadamente, talvez, em pouco tempo, você alcance as suas metas. A sua primeira estratégia será construir o seu Plano de Negócios. Veja como fazer isso.

Passos

  1. Descreva como você vê a sua empresa em um futuro mais ou menos distante.
    Solte a imaginação. Nada poderá impedir você de chegar aonde você quer.
    Lembre-se de que especialistas muito bem-sucedidos defendem que o verdadeiro limite para uma empresa é o "orçamento mental" dos seus líderes.
  2. Escreva os valores operacionais e as normas da empresa. Registre de modo objetivo e detalhado por que você atua nessa área e como faz isso.
  3. Elabore um plano para cinco anos baseado em objetivos amplos e gerais. Eles serão a referência para as suas ações a curto prazo e ajudarão você a sair de onde está agora e atingir a meta no prazo previsto.
  4. Desenvolva um plano mais específico para o primeiro ano. As metas do plano anual devem ser focadas e precisas.
    As ações concretas aproximarão você paulatinamente do seu principal objetivo. Use o seu conhecimento do negócio e a sua inteligência na hora de definir as suas metas anuais.
  5. Depois de definir as metas, quantifique-as e coloque-as em um calendário anual.
    Lembre-se de que os objetivos devem ser possíveis de realizar com um esforço razoável e nos prazos estabelecidos.
  6. Faça uma lista das barreiras que poderiam impedir você de chegar ao destino final. Enumere os recursos com os quais você conta e os que são necessários para ultrapassar os obstáculos.
    Tente ser objetivo, racional e direto.
  7. Crie um plano de ação claro a partir da descrição detalhada de como você vai superar cada um dos obstáculos para atingir os seus objetivos.
  8. Envolva os seus principais colaboradores nesta parte do projeto e tente fazer com que eles incorporem os objetivos da empresa.
  9. Estabeleça instrumentos para avaliar o andamento do plano anual, para ir fazendo os ajustes necessários.
  10. Informe todos os seus colaboradores sobre a existência do plano anual para que eles tenham a oportunidade de se envolver no processo.
    Sua estratégia anual garantirá um esforço conjunto por parte de cada integrante da equipe para alcançar os mesmos objetivos.
    Para o plano dar certo, todo mundo deve conhecer as metas e saber qual é a tarefa de cada um.
  11. Coloque o seu plano em prática.
    Agora que você estabeleceu as metas e como atingi-las, está na hora se começar.
    Confira o andamento do trabalho e os seus objetivos e instrumentos (faça uma revisão mensal). Verifique se você está fazendo o trabalho corretamente.
  12. Pare se algo não estiver funcionando bem. Avalie os seus recursos e as barreiras que você tinha planejado vencer.
    Quanto mais rápido você fizer os ajustes, mais rápido você poderá retomar o caminho correto para alcançar os seus objetivos.

Importante

  • Faça o mesmo ciclo de planejamento no ano seguinte. Imagine, planeje, aja e confira.
  • Elaborar uma estratégia de negócios e implementá-la com eficiência permitirá que você desenvolva um bom trabalho e seja recompensado ao atingir as metas.

Para que serve um plano de negócio

  1. Permite ao empreendedor aprimorar sua idéia, tornando-a clara, precisa e de fácil entendimento. Para isso, ele terá de buscar informações completas e detalhadas sobre o mercado e o seu negócio, assegurando assim uma visão de todo o negócio. Uma idéia é diferente de uma oportunidade de negócio devidamente analisada:
  2. Permite ao empreendedor conhecer todos os pontos fortes e fracos do futuro negócio. Com isso, possibilita a diminuição dos riscos de fracassar (riscos calculados);
  3. Facilita a apresentação do negócio a fornecedores e clientes potenciais, contribuindo para as negociações de apoio;
  4. Analisa o volume de recursos que será necessário para a implantação (quanto de capital será necessário?), a lucratividade e a rentabilidade do negócio;
  5. Permite a simulação de situações favoráveis e desfavoráveis (e se as vendas ficarem 20% abaixo do previsto?);
  6. Permite que os sócios negociem claramente as funções de cada um;
  7. É importante para a contratação de funcionários e para a orientação deles na execução de suas tarefas, apresentando as perspectivas de crescimento para o negócio;
  8. É um importante documento para a apresentação a futuros sócios, investidores e bancos;
  9. Funciona como uma espécie de “antídoto” para diminuir a mortalidade das novas empresas e para garantir o crescimento das empresas já existentes;
  10. Permite avaliar o novo empreendimento do ponto de vista mercadológico, técnico, financeiro, jurídico e organizacional. O empreendedor terá uma noção prévia do funcionamento da sua empresa em cada um destes aspectos;
  11. Permite avaliar a evolução do empreendimento ao longo de sua implantação para cada um dos aspectos definidos no Plano de Negócios, podendo assim comparar o previsto com o realizado;
  12. Facilita ao empreendedor a obtenção de empréstimos, quando o seu capital não for suficiente para os investimentos iniciais;
  13. Atrai clientes e fornecedores, pois, com certeza, irão sentir-se mais seguros em estabelecer relações de negócio após terem a possibilidade de avaliar o planejamento feito.

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